quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Vamos dialogar sobre Automutilação

AUTOMUTILAÇÃO AFETA 20% DOS JOVENS BRASILEIROS

Problema silencioso virou um problema de saúde pública no Brasil. Cada vez mais adolescentes estão machucando o próprio corpo, de propósito.
A automutilação é um problema silencioso, que atinge muitos adolescentes no Brasil e no mundo. 20% dos jovens brasileiros se mutilam, um problema que já os afeta mais do que as drogas, e que o bullying nas escolas é um dos principais causadores desse problema.

O Brasil não tem estatísticas oficiais, mas todos os estudos internacionais chegam ao mesmo número e indicam que 20% dos jovens sofrem desse mal. E é com esse número que os ambulatórios de adolescentes do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Hospital Universitário de Brasília, visitados pela reportagem, trabalham.




EM INGLÊS, CUTTING... SIGNIFICA O ATO DE CORTAR. Trata-se de um comportamento intencional que consiste em lesionar o próprio corpo. A frequência e intensidade dos cortes podem variar e a pessoa que se corta ou se automutila tende a associar o ato a uma forma de reduzir ou aliviar uma sensação ruim, angústia ou sensação de vazio. Também pode haver relação entre cortar-se por sentir raiva dos outros ou de si, sendo os braços o local mais comum. O transtorno que começa na adolescência pode se estender à vida adulta se não for tratado.
Segundo a Dra. Jackeline Siuzi Giusti, o primeiro estudo sobre o tema feito por  Menninger em 1938, abordava a automutilação como uma tentativa de alívio do sofrimento sem cometer o suicído. Nos anos 60 a psiquiatria voltou-se para o corte nos punhos e em 1972, Rosenthal e colaboradores descreveram a Síndrome do cortador de punhos. Em 1983 Pattinson e Kahan trabalharam como o modelo da Síndrome da autolesão deliberada. Até os dias atuais não há estudos homogêneos, mas o transtorno é reconhecido e estudado como tal.




"POR CAUSA DO BULLYING, COMECEI A ME AUTO-MUTILAR"


A leitora G.V., de 13 anos, mandou sua história sobre bullying para nós. No caso dela, a situação chegou ao extremo. O sofrimento que as agressões causaram era tão grande que ela começou a se mutilar.

“Por causa do bullying, comecei a me auto-mutilar. Eu sofro bullying desde os 6 anos, tudo porque tenho uma marca de nascença no rosto, parecida com uma mancha. Em 2008, tudo ficou mais grave. Eu era nova na escola, e quando chegou próximo ao meu aniversário, eu chamei toda a turma para fazer parte, mas ninguém apareceu. A partir disso, comecei as mutilações, pois não me sentia mais importante para ninguém. Este ano, um aluno que era novo na escola em que eu estudo começou a me zuar, e por causa dele, logo em seguida, a escola toda estava me agredindo. Eles falavam que eu estava suja e tentavam limpar meu rosto, no lugar onde tenho minha mancha. Não tinha coragem de contar para os meus pais, mas tive que conversar com meu pai sobre o assunto. Ele foi até a escola falar do problema, e os meninos que fizeram isso comigo foram transferidos, mas o vazio que eu sinto ficou.”
Nós conversamos com a psicóloga Fabiana Pires, que comentou o depoimento da G. “ É essencial promover a conscientização de pais, professores, alunos e todos os que assistem a esse tipo de prática que tanto mal causam as pessoas. Ensinar o respeito pela diversidade é promover a saúde mental e física de todos.”, contou.
Se você passa por um problema como esse não fique calada. Conte aos seus pais e aos responsáveis no seu colégio e enfrente o problema. Essa é uma das maneiras de fazer as agressões pararem.
Você também sofre com o bullying? 


Vamos discutir a respeito. Deixe o seu comentário aqui sobre como ajudar quem está sofrendo desse mal